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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O pior filme da semana

O último filme de Tom Tykwer (1965 - ), Trama Internacional, não superou as expectativas. Como o próprio título sugere, o diretor alemão, conhecido por filmes como Corra Lola Corra, O Perfume, Inverno Quente, A Princesa e o Guerreiro, entre outros, levou às telas esse longa de espionagem numa tentativa explícita de rodar em estilo hollywoodiano. Infeliz tentativa de mudança, pois a riqueza da maioria de seus filmes consiste, justamente, em tudo o que não traz de americano. Para os apaixonados pelo cinema contemporâneo alemão, nada mais frustrante que assistir a um filme de espionagem que parece querer a qualquer custo conquistar Hollywood. Acho uma pena quando um diretor, no auge da maturidade cinematográfica, abandona seu modo peculiar de filmar em prol de um mercado consumidor que privilegia o faturamento em detrimento da arte.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Filme para não ser visto: A festa da menina morta

Um dos piores filmes da história do cinema nacional. Aliás, um dos piores filmes da história do cinema.
Os poucos bons atores da rede Globo que ousaram a dirigir filmes, como Selton Mello, que dirigiu Feliz Natal, e Matheus Nachtergaele, deveriam continuar atuando, já que é o que eles sabem fazer bem.
Em A festa da menina morta, o protagonista atua de maneira exageradamente afetada evidenciando, assim, a falta de profundidade psicológica da personagem. Essa afetação histérica mostra o quanto as novelas ainda influenciam nossas produções cinematográficas.
O filme exagera ainda em cenas desnecessárias e a fotografia contribui para reforçar o tom deprimente e melodramático da produção.

sábado, 5 de dezembro de 2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Sugestão de filme

Quatro Noites com Anna (Polônia, 2008)

Filme com poucos diálogos cuja construção narrativa confunde o espectador ao misturar lembranças do passado à situações do presente. Narra a história de uma obssessão amorosa de forma pouco convencional. Fotografia maravilhosa. Melhor filme da semana.

domingo, 29 de novembro de 2009

Vida de Índio



Durante a leitura de um livro de história fui surpreendida pela seguinte informação: até o ciclo do ouro, por volta de 1750, quando os bandeirantes desbravaram o Brasil e descobriram a região das minas, os habitantes do atual estado de São Paulo não falavam português mas sim o tupi-guarani. Ao invés, na região da atual Ouro Preto, dos 300.000 habitantes existentes na época, 250.000 eram escravos. Aprecio o estudo da história porque me faz refletir sobre meus antepassados e, consequentemente, sobre minhas origens. Enquanto em 1789 os franceses, sob a bandeira da Revolução, dedicavam o tempo às teorias filosóficas iluministas e assistiam ao surgimento dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, no Brasil, não existia ainda o conceito de nação nem, tampouco, o de povo livre. Porém, minha intenção não é criticar, julgar ou comparar. Cada povo tem uma origem, um próprio percurso e, portanto, uma história singular.
Assim, me sinto feliz, profundamente feliz, pela textura da minha pele, pela cor dos meus cabelos, pela forma dos meus olhos, pela cadência do meu sotaque, pela simplicidade do meu povo, pela minha herança multi-étnica com um tanto de sangue tupiniquim.
Um abraço,
Karina

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Pensamento do dia (fonte: sabedoria popular italiana)

O sábio nada sabe, o inteligente sabe pouco e o idiota sabe TUDO!!!!!

Incrível como os idiotas sempre sabem tudo!

domingo, 15 de novembro de 2009

Sugestões de filmes:

A banda (país: Israel)
Um dos melhores filmes dos últimos seis meses.
A partida (país: Japão)
Ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro de 2008 e, apesar de geralmente eu não gostar de filmes japoneses e nem de achar o Oscar uma referência, vale a pena assistir a esse filme.

Sugestões de livros:

A misteriosa chama da rainha Loana (Umberto Eco)
O livro foi bem traduzido para o português e é ilustrado com imagens interessantes do universo dos cartoons italianos. A leitura é prazerosa e me fez dar muita risada sozinha.

Não leiam:

O último conhaque (Carlos Herculano Lopes)
O livro é praticamente uma apologia ao suicídio. O escritor trabalha no estado de Minas e isso, por si só, já diz o bastante. A construção das frases é tipicamente barroca, ou seja, frases enormes, com mil vírgulas e digressões. Além do mais, o título já anuncia o modo como terminará o romance. Vocês devem estar se perguntando por quê eu o li: para o vestibular da UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais), que todo ano prioriza os autores mineiros para o seu vestibular.




segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Novena do Descarrego

Mando à merda todos aqueles que falam pela boca, nariz e cotovelos sem saber o que fazer com os buracos dos ouvidos.
Mando à merda aqueles que me interpretam ou concluem minhas frases antes que eu as termine.
Mando à merda os pseudo alternativos com suas roupas de grife compradas em shoppings.
Mando à merda todos os que se alimentam de notícias sem questionar a fonte das informações.
Aproveito para mandar à merda todos os que consomem o jornalismo tendencioso da Veja, da Folha de São Paulo, do Estado de Minas, da Rede Globo e de tantos outros jornais nacionais e que se julgam bem informados.
Mando à merda quem coloca música alta sem se perguntar se alguém pode se incomodar com o barulho ou não.
Mando à merda, mando à merda, mando à merda e mando à merda.
Mando à merda todos os que querem, quiseram ou ainda vão querer me catequizar com seus pontos de vista ofuscados pelo engodo do capitalismo, do neoliberalismo, do hinduismo, do vegetarianismo, do zen-budismo, do feng-shui ou de qualquer outra crença, prática, parceria ou associação.
Mando à merda todos aqueles que adoram a expressão "agregar valor".
Mando à merda todos aqueles que fumam em salas fechadas durante as reuniões de trabalho e que me obrigam ou obrigaram a respirar a nicotina deles.
Mando à merda TODOS aqueles que acham que podem emitir opiniões, mesmo quando não foram solicitados para tal.
Mando à merda todos aqueles cuja única viagem curta ao exterior os torna profundos conhecedores da cultura do país em questão.
Mando à merda todos aqueles que se calam diante de uma injustiça, infração ou crime, em função de um interesse mesquinho e pessoal.
Mando à merda todos aqueles que, convictos da própria opinião, olham com desdém o saber alheio.
Mando à merda todos os tipos de fanáticos: desde os que brigam por religião, psicanálise, futebol ou política.
Se alguma dessas frases pareceu ter sido escrita para você, mando à merda você também.
Em nome da minha saúde mental, do bom funcionamento dos meus rins e da minha boa pressão arterial.
Amém!

sábado, 3 de outubro de 2009

ArtériAsClerose Múltipla(s)


Como são os sonhos depois de um desgastante dia de trabalho? Os meus, às vezes, têm cor de metal pesado que se sobrepõe a um fundo rosa.

domingo, 20 de setembro de 2009

Estudo para a prova específica de desenho da Escola Guignard



pelo menos desenhar meu gato torna esse exercício mais agradável. Não sei o que acontece comigo que toda vez que sento pra desenhar me dá vontade de fazer outras 2000 coisas diferentes.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Quem nunca sonhou em ser Carmen Miranda?



Trabalho em parceria com Sebastião Miguel ... que me faz rir, que me faz sonhar...

domingo, 30 de agosto de 2009

Ao meu querido amigo Miguel




A propósito de psicanálise e afins, um professor que tive disse que artista não pode se curar muito!!! Acho que concordo com ele.

Brasil Colônia



Ontem à noite, depois de muito tempo, dei uma passada rápida pela Savassi. O tempo de comprar pão, leite, uma cola em bastão e voltar para casa. Em frente à padaria havia acabado de acontecer uma batida de carro envolvendo duas mulheres. A cena de histeria, desproporcional ao acidente, levou ao local quatro viaturas da polícia e quase a torcida do Flamengo. O trânsito ficou completamente congestionado às 19:00 do sábado, horário que eu pensava que não encontraria ninguém nas ruas. Em meio à aglomeração, o cheiro de perfume das pessoas se misturava à fumaça dos cigarros numa combinação desagradável, enquanto adultos e crianças no Mc Donald posavam para fotos ao lado do Ronald. Quando cheguei em casa me senti profundamente feliz por ter chegado e ao memo tempo deprimida com o que vi. Cada vez mais a cidade me sufoca e sinto que não há nada melhor do que o aconchego de casa. As pessoas estão cada vez mais estressadas e se divertem com coisas que me provocam uma enorme tristeza. Não gosto de shoppings, não tenho paciência para fazer compras ou ficar olhando vitrines, detesto barulho e lugares cheios. Às vezes acho que estou ficando velha, às vezes acho que estou ficando sábia, às vezes acho que estou ficando louca ...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Terra natal



Esse é um pequeno pedaço de Bebedouro, lugar onde nasci e vivi até a minha adolescência. É indescritível a sensação que tenho toda vez que volto para lá. Esse lugar, com seus cheiros, cores e sabores, ficou impregnado em mim.

No país das maravilhas





Às vezes me sinto meio Alice ...


A fotografia me dá a possibilidade de compartilhar com as pessoas o meu modo de enxergar o mundo. Suas cores e formas, nítidas ou embaçadas, me ajudam a me fazer entender através do silêncio, a tornar público o que é íntimo, ritual quase sagrado para os que são tímidos como eu. Nesse ponto as imagens são muito mais precisas do que as palavras.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Chamada para arte postal


Técnica: colagem com revistas, linha e interferência com esmalte de unha ...
Depois de longo tempo sem me dedicar à arte postal, pretendo retomar, se os percalços do cotidiano me permitirem, a troca de postais com quem aprecia esse tipo de arte fora dos circuitos desgastados (e desgastantes!!!) do mercado.
Ontem passei o dia costurando e colando envelopes e cartões.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Flagrante debaixo dos lençois / Colto in flagrante sotto le coperte







Gostei das cores dessas fotos (que não passaram por nenhum tratamento) e é claro ... da cara do Ulisses!!!
Mi sono piaciuti i colori delle foto (che non hanno ricevuto alcun ritocco) e naturalmente l'espressione di Ulisses!!!

domingo, 2 de agosto de 2009

Por um punhado de réis


O sacro e o profano na concepção islâmica do amor


O título é uma brincadeira, um non sense que dedico a todos os intelectuais franceses, vivos ou mortos, de Godard a Lacan, em alusão aos seus discursos herméticos, muitas vezes, ao menos para mim, desprovidos de sentido.

domingo, 7 de junho de 2009

Fechado para férias


Ontem fui a uma exposição e o que mais me chamou a atenção foi o título de uma obra: Não quero nunca mais ver meus vizinhos. Bom, quando algo do tipo me parece sábio ou poético, significa que chegou o tão esperado momento das férias!!!! Portanto, meus queridos e caros amigos, desejo a todos vocês ótimas férias e bom descanso, de preferência sem vizinhos por perto porque, como dizem os italianos, il silenzio è d'oro.

domingo, 31 de maio de 2009

Bienvenidos a uruguay


A passagem pelo Uruguay foi marcada pela boa acolhida, pela carne inigualável, pelo conforto e por algumas felizes coincidências ...

En el mercado del puerto


Uma das melhores atrações que a cidade oferece é o Mercado do Porto. As figuras que rodam por lá parecem personagens de filme.

En el mercado del puerto


Por las calles de montevideo


sábado, 30 de maio de 2009

Mera coincidência



As imagens que vocês verão a seguir não pertencem a nenhum filme surreal ou de ficção. Elas estão presentes no dia-a-dia dos argentinos e refletem o estilo de vida deles. Não se deixem enganar pela foto de abertura. O material que será exibido a seguir é considerado impróprio para a maioria dos brasileiros, portanto, não poderá ser visto em nossos canais.
Qualquer semelhança entre fatos e nomes é mera coincidência.

CCC versus PCC






Acho que essas imagens dispensam comentários. Espalhados pelas ruas, em qualquer bairro da cidade, é impressionante a quantidade de cartazes que convida a população a refletir sobre questões trabalhistas.

Endurecer sin perder la ternura



O passado não foi esquecido. É comum encontrarmos nas ruas de Buenos Aires cartazes contra a ditadura. Eles relembram seus mortos e continuam a pedir justiça. A memória histórica de um povo é condição sine qua non para que um país se torne democrático.

Arrastão em Buenos Aires





Tive a impressão que as leis são aplicadas indistintamente a qualquer cidadão que deixe de cumprí-las. Na foto, o carro parou em local proibido em um bairro nobre da capital portenha. Em poucos minutos chegaram a polícia e o guincho.

Ao sul do equador


Passear por Buenos Aires pode ser muito pitoresco. Menos americanizados (e estúpidos) que nós, lá não se encontra um hipermercado a cada esquina (nem jornais com propagandas das ofertas!!!!!!!) e é possível comprar frutas e verduras em lugares como este.

Bons ares, buenos aires...


É impressionante a quantidade de parques que a Argentina possui. Diferente dos nossos espaços públicos, lá eles são limpos, bem cuidados e SEGUROS!!!!!!!!!!!!! Ninguém tem medo de fazer pic-nic nesses lugares que são ocupados por famílias, casais de namorados, gente que vai pra correr, andar de bicicleta ou levar o cachorro pra passear. Além do mais a maioria deles não são recintados e não se vê polícia (e nem ladrão!!!!).

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sobre o filme de ontem à noite



Celui que cherche à se venger
est comme la mouche
qui se cogne contre la vitre
sans voir que la porte est grande ouverte.

Proverbe arménien, XIe siècle

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ao meu querido pai






Durante alguns anos meu pai teve oficinas e ferros-velhos.
de algum modo isso deve ter condicionado meu gosto pelas ferrugens e pelos amontoados de latas. sempre encontro coisas inusitadas nesses lugares.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

terça-feira, 12 de maio de 2009

às vezes dói, às vezes não (em homenagem à minha amiga Cristina Froes)



Em homenagem à minha amiga Cristina, cujo trabalho admiro e considero visceral. Ela me disse a respeito do título de uma produção sua: "às vezes dói". Isso reverberou nas minhas entranhas e me suscitou um pensamento que se repete incessantemente desde ontem: "às vezes não".

segunda-feira, 11 de maio de 2009