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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

To see or not to see

O projeto O corpo nu: a exposição da intimidade na fotografia contemporânea  é resultado de uma pesquisa desenvolvida no último ano de graduação em Artes Plásticas - habilitação em Fotografia - na Universidade do Estado de Minas Gerais. O trabalho teve a duração de um ano e consistiu em fotografar pessoas do meu convívio durante o banho. Assim, o foco da investigação foi o nu sob o viés da intimidade e o banho foi o recorte que privilegiei por ser uma prática habitual e difusa em nossa cultura. A proposta consistiu em expor essas imagens por meio de 35 monóculos fotográficos suspensos em um suporte preso ao teto da galeria e cuja estrutura se assemelha a um móbile. A utilização desse recurso deveu-se ao fato de que, diferentemente das fotografias em grande formato, que se impõem ao público, os monóculos devem ser vistos um a um, pressupondo curiosidade e esforço por parte do observador. Foi pensando em questões referentes à exibição do nu através da fotografia que surgiu o interesse por essa pesquisa. Já que o corpo pode ser apreendido e representado de várias maneiras, como a fotografia no campo da arte poderia abordar tal temática? Existiriam especificidades, recorrências, lugares comuns, a partir dos quais abordar o corpo? É possível problematizar a exposição da intimidade em uma sociedade já tão saturada de imagens? Existiriam lugares privilegiados a partir dos quais problematizar o corpo através da fotografia? De maneira geral, estas foram algumas das questões que nortearam o eixo deste projeto e resultaram nessa proposta de exposição. Quatorze pessoas com idades variantes entre 23 e 70 anos participaram do projeto. Subdividi os fotografados em 3 grupos distintos: 1) pessoas com as quais eu tenho um vínculo solidamente estabelecido como marido, mãe e irmã; 2) pessoas com as quais eu tenho uma relação de afeto estabelecida mas que não compartilham dos mesmos espaços domésticos que eu, como alguns parentes e amigos muito próximos; 3)pessoas com quem, apesar da relação empática, eu tenho pouco contato, como é o caso de alguns colegas e professores. A captura se deu a partir de arquivo digital e todo o material foi posteriormente transformado em slides para serem exibidos nos monóculos. A primeira exposição da proposta foi realizada em dezembro de 2011 na galeria da Escola Guignard, UEMG e compôs um dos requisitos para a conclusão do curso de Artes Plásticas. Atualmente, esse trabalho encontra-se exposto no Museu de Artes de Ribeirão Preto após ter sido selecionado para o edital da 15ª Semana de Fotografia                                                                            http://www.mapadasartes.com.br/espacos.php?id=388&lid=1&pg=0&ncid=1025&
 
     Algumas das fotografias contidas nos monóculos
 
 
 
 
   
 
      Registro da exposição no Marp (de 28/09 a 28/10/2012)