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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Àrvore Genealógica - apropriações


Essa é uma das poucas fotos da minha mãe quando criança. É engraçada essa sensação de ver a própria mãe pequena. Me dá uma vontade de pegá-la no colo e apertá-la com força. Cresci com a imagem de uma mãe forte, que sempre batalhou na vida e que nunca teve medo de nada, com a imagem de uma mulher serena e tranquila, comedida em seus gestos, com tom de voz doce e manso. Sua calmaria só era rompida - até hoje é assim - pelos acessos de riso descontrolados que tinha frequentemente. Pela foto, imagino que desde criança ela era uma fofura: fita enorme no cabelo, jeitinho tímido que se nota pela posição do corpo: ombros baixos, olhar enviesado, barriga arrebitada devido à posição do pescoço em evidente desejo de esconder o rostinho. Me dá vontade de ser mãe da minha própria mãe para lhe dar tudo o que ela não teve, para poder retribuir tudo o que ela fez - e ainda faz - por mim.


O casamento dos meus padrinhos de batismo.
Eles, além de outras pessoas da família, me proporcionaram uma infância feliz. A madrinha Dota era - e ainda é - um mar de paciência e o padrinho Darcy me levava pra passear em seu fusca azul. Sentada no banco de trás, eu via a vida passar em movimento. A narrativa para meu cinema particular, eu mesma criava.


Meu pai, meu herói. Quando era pequena me sentia protegida quando ele estava por perto. Essa é uma das poucas fotos em que está sem barba. Devo a ele o desapego às coisas materiais, o desejo de rebelião, o não cumprimento das obrigações, a informalidade e o gosto por viagens.


Aos seis anos aproximadamente.
Nessa época, eu já sabia qual era a diferença entre os sexos mas, era tão ingênua que não sabia ao certo para que servia. Me lembro, porém, que meu primeiro paquera na escola se chamava Toninho. Não casualmente tinha o mesmo nome do meu pai. Eu estava atravessando o Édipo e não sabia.


Aos dois. Nessa fase me encontrava em plena fase oral. A carinha de boa menina era só pose para foto. Fora dela, eu atacava todo mundo com os dentes e .... como era gostoso morder.

4 comentários:

  1. Parabéns pelas fótos, gostei de tds, principalmente a que vc está no cólo de seu pai e fico admirada pela qualidade, o tempo não conseguiu destruí-las. Confesso que fiquei emocionada ao revê-las e agradeço por me proporcionar esta grande alegria: VALEU APENAS VER DE NOVO.

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  2. Ká, que fotos fofas!!! concordo com a Tia Jaci, aquela em que vc está com seu pai é especialmente linda!!
    saudades enormes de vocês!

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  3. Que legal que você passou por aqui. Eu sempre gostei de fotos antigas e essas são realmente muito especiais pra mim. Um beijo minha lindinha, saudades de você.

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  4. Ka, gostei muito do seu blog e das belas fotos, assim posso matar, um pouco, a saudade que sinto de você, beijos Hermes.

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